terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dois na solidão

Com quantas qualidades se faz um motivo de orgulho? Que qualidades são essas? São minhas ou são suas? Talvez tenha nascido pra ser algo que nunca será. E o medo é grande de decepcionar quem se ama. Seu único grande e verdadeiro amor, só ele importa, nada e ninguém mais. Perceber que nunca será digno daquilo que dele recebe, dói. Querer alcançar o modelo ideal não basta, sonhar com ele por anos não é o suficiente. Ele está cada vez mais distante. Nunca o viu de perto, mas agora não vê nem ao menos seu vulto. Assim, se afasta do amor maior, que também está cada vez mais longe, e, às vezes, a saudade faz parecer que não está mais aqui. Quer recuperar, mas não sabe como, e, simplesmente, não se acha merecedor. Então, se tranca em seu mundo secreto, tão perto e tão longe, sonhando com o momento em que poderá senti-la mais uma vez, como no primeiro dia. Não é bom pra ninguém que seja assim, o amante e o ser amado padecem, se distanciam e se isolam. Choram em segredo, sofrem sem palavras e rezam para que ainda não seja tarde demais.

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