sábado, 20 de agosto de 2011

L'art

Dançando sozinho na estação
e largando tudo pra trás
Tocando rock and roll na Paulista
e saindo correndo daquele lugar
Cantando no ponto de ônibus
e indo rápido pra vida
Escrevendo no guardanapo
e podendo finalmente existir.

A Dança - Henri Matisse (1910)


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Academia

Numa sociedade rica os homens não têm a necessidade de trabalhar com as mãos e se dedicam a atividades intelectuais. Existem cada vez mais universidades e cada vez mais estudantes. Para desenrolar seus pergaminhos é preciso que eles encontrem temas de dissertação. Existe um número infinito de temas pois pode-se falar sobre tudo e sobre nada. Pilhas de papel amarelado se acumulam nos arquivos que são mais tristes que os cemitérios porque neles não vamos nem no dia de finados. A cultura desaparece numa multidão de produções, numa avalanche de sinais, na loucura da quantidade. (KUNDERA, 1985, p.108)

Miragens da janela


Entre dois pilares de concreto
voa, sublime
O vento que traz a chuva
também a leva embora

O sol vai brilhar pra fazê-la feliz
nele ela é feliz
O clarão é intermitente
mas há sempre mais luz que escuridão

Sozinha no próprio mundo
que ela pinta aos poucos
de lilás, laranja, rosa, verde e vermelho
transforma o cinza em colores sin dolor
Sonho e realidade são um só
e o universo diz amém