
Existem momentos em que a gente deseja poder jogar um dado mágico e descobrir o caminho certo a seguir. Algumas pessoas acreditam que o caminho certo é o do coração, escutar o coração seria o melhor, ele tem todas as respostas. Mas é difícil acreditar nele, quando já se foi levado a sofrer tanto por escutá-lo. Então, escutemos a razão. O que é mais prudente? Qual é o caminho mais fácil e, provavelmente, menos colorido? Pensando assim fica fácil a resposta: a solidão. Simples, porém vazia. Nela se encontra a paz, uma paz triste, mas paz. Não há brigas, questionamentos, ciúmes, inveja, traição, desilusão. Mas há vazio, não há cor, alegria, risos, beijos, carinho, olhares, colo, abraço. A solidão é como um dia de feriado chuvoso, cinza, quando não se tem vontade de sair de casa, há um silêncio ensurdecedor lá fora e aqui dentro. Pode se ouvir os passarinhos, mas não se tem vontade de ir vê-los. Como alguém poderia ser louco o bastante pra escolher esse caminho? Mas é que dizem que com o tempo você se acostuma com esse silêncio, com esse vazio, e aí tudo fica mais tranqüilo. Você aprende a viver de outro jeito, mais independente, se transforma em uma pessoa e não em parte de alguém ou de algo que sente. E o melhor disso tudo é que, dizem, que quando se encontra seu eu o coração começa a bater diferente, mais livre, mais destemido, mais feliz. Nesse momento, e só nesse momento, é que tudo pode recomeçar. Aí sim alguém pode surgir pra completar um ser que já é inteiro. Porque sua outra metade está sempre dentro de você, não pode ser encontrada do lado de fora. É preciso procurá-la, e pra isso serve a solidão.
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