quinta-feira, 21 de julho de 2011

Lembrando até do que eu não vivi...

Não se sabe se caminham ou se dançam
as mãos passeiam pelos corpos
o vento derrama flores de laranjeira
um beijo

Num universo paralelo
que não pode ser São Paulo
ao mesmo som da música de antes
os dedos entrelaçados

Não existe, mas poderia
os olhos são os mesmos
não falam palavra,
mas se entendem

ela chora no adeus
não nesse mundo...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vertigem

Eu poderia dizer que a vertigem é a embriaguez causada pela nossa própria fraqueza. Temos consciência da nossa própria fraqueza mas não queremos resistir a ela e nos abandonar. Embriagamo-nos com nossa própria franqueza, queremos ser mais fracos ainda, queremos desabar em plena rua, à vista de de todos, queremos estar no chão, ainda mais baixo que o chão. (KUNDERA, 1985, p.82)

Relatividade - Escher, 1947.

A Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio embaixo de nós, que nos atrai e nos envolve, é o desejo da queda do qual logo nos defendemos aterrorizados. (KUNDERA, 1985, p. 65)